Estratégias para edificação de micro-corredores ecológicos entre fragmentos de Mata Atlântica no Sul do Espírito Santo.
Nome: IDALÚCIA SCHIMITH BERGHER
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 23/06/2008
Banca:
Nome | Papel |
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ADERBAL GOMES DA SILVA | Examinador Interno |
ALEXANDRE ROSA DOS SANTOS | Examinador Interno |
ANA PAULA GELLI DE FARIA | Examinador Interno |
MAURO ELOI NAPPO | Orientador |
Resumo: A influência antrópica dos sistemas naturais causou a utilização indiscriminada dos recursos que aliada à expansão agrícola, resultaram na fragmentação das florestas. Nesse contexto, surge um novo modelo de paisagem em mosaico, composto por uma matriz circundante, que são porções de habitat de remanescente de mata e corredores de vegetação. Os corredores são capazes de conectar os remanescentes isolados e diminuir os efeitos negativos da fragmentação. Este estudo teve por finalidade propor estratégias visando á conectividade entre estes fragmentos. A pesquisa foi realizada na Fazenda Boa Esperança, no domínio da Mata Atlântica, na formação florestal denominada Floresta Estacional Semidecidual, no município de Cachoeiro de Itapemirim, Estado do Espírito Santo, entre as coordenadas 20º42 latitude Sul e 41º13 de longitude Oeste e 130 de altura média com máximas de 300 m. Foram estudados cinco fragmentos de vegetação natural de 50,56 ha, 467,90 ha, 119,51 ha, 62,37 ha e 21,11 ha circundados em sua maioria por pasto limpo e pasto sujo, utilizando os elementos de fauna (avifauna ameaças de extinção de hábitos florestal e primatas Alouatta guariba, Callicebus personatus e Cebus nidritusI), flora (arbóreas com atributos de abrigo maior valor de importância e alimentação com parte atrativa à avifauna fruto, arilo, arilóide ou sarcotesta), análise da paisagem (mapeamento do uso do solo, mapeamentos das áreas de preservação permanente) e convencimento dos proprietários (aplicação de questionário), a fim de propor estratégias para conectividade entre os fragmentos. Entre as espécies arbóreas que atentem ao atributo de abrigo estão: Senefeldera multiflora (sucanga) e Actinostemon estrellensis (capitão); e alimentação, os gêneros Meliaceae (Trichilia, Cabralea e Guarea), Melastomatasceae (Miconia), Fabaceae (Copaifera), Lauraceae (Ocotea), Myrtaceae (Myrcia, Eugenia e Campomanesia), Anacardiaceae (Tapirira), Euphorbiaceae (Alchornea), Moraceae (Sorocea), Sapindaceae (Cupania e Brosimum) e Flaucortiaceae (Casearia). Através da análise da paisagem foi possível encontrar um déficit de 32,7% (165,7ha) de área de preservação permanente sendo utilizadas para outras finalidades, que se implementadas proporcionariam excelente conectividade entre três dos cinco fragmentos, sendo que os dois restantes ficariam muito próximos de serem conectados. A proposta de implementação do corredor se baseou na permeabilidade da paisagem já existente, indicando caminhos e manejos que podem facilitar a passagem da fauna. Para os fragmentos mais distantes (900m) são apresentadas duas propostas. Já os demais fragmentos possuem agentes facilitadores (proximidade, presença de pasto sujo e plantio de mudas) que se mantidos, manejados e incrementados ao longo do tempo estabelecerão maior conectividade.