SELEÇÃO de Espécies para a Fitorremediação de Solos contaminados Com o Herbicida Sulfentrazone
Nome: JOÃO CARLOS MADALÃO
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 14/07/2011
Orientador:
Nome | Papel |
---|---|
FÁBIO RIBEIRO PIRES | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
---|---|
FÁBIO RIBEIRO PIRES | Orientador |
GIOVANNI DE OLIVEIRA GARCIA | Examinador Interno |
MARCELO ANTONIO TOMAZ | Examinador Interno |
MARLON DUTRA DEGLI ESPOSTI | Examinador Externo |
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo selecionar plantas tolerantes ao herbicida sulfentrazone, capazes de remediar solos contaminados com esse herbicida e determinar o tempo mínimo que essas plantas devam permanecer no campo remediando, antes da semeadura de espécies sensíveis ao herbicida. Para isso, foram realizados três experimentos. No primeiro, 16 espécies previamente selecionadas foram testadas para verificar a tolerância ao herbicida sulfentrazone e, consequentemente, o seu potencial para a fitorremediação. As espécies testadas foram: amendoim forrageiro (Arachis pintoi), calopogônio (Calopogonium
mucunoides), capim-pé-de-galinha-gigante (Eleusine coracana), cover crop (Sorghum bicolor x Sorghum sudanense), crotalária breviflora (Crotalaria breviflora), crotalária júncea (Crotalaria juncea), crotalária espectábilis (Crotalaria spectabilis), crotalária ochroleuca (Crotalaria ochroleuca), feijão-guandu fava larga (Cajanus cajan cv. Fava Larga), feijão-guandu anão [(Cajanus cajan cv. IAPAR 43 (Anão)], feijão-de-porco (Canavalia ensiformis), lablab (Dolichos lablab), mucuna-anã
(Stizolobium deeringianum), mucuna-preta (Stizolobium aterrimum), mucuna cinza (Stizolobium cinereum) e nabo forrageiro (Raphanus sativus). As espécies foram cultivadas sob cinco doses do herbicida sulfentrazone (0, 200, 400, 800 e 1600 g ha-1). Nessa etapa, foram realizadas as seguintes avaliações: altura de plantas (cm) e
fitotoxicidade (%) aos 30 e 60 dias após a semeadura (DAS); biomassa fresca e seca das raízes (g) e biomassa fresca seca da parte aérea (g) aos 60 DAS. As espécies selecionadas como plantas potencialmente fiotorremediadoras do herbicida sulfentrazone são a C. juncea, C. ensiformes, C. cajan e o C. cajan (anão), apresentando os menores sintomas de fitotoxicidade e apresentando os maiores índices de altura e biomassa fresca e seca. No segundo experimento, para inferir quais seriam capazes de remediar solos contaminados com esse herbicida, aquelas quatro espécies foram cultivadas sob quatro doses de sulfentrazone (0, 200, 400 e 800 g ha-1), seguidas pelo bioensaio no próprio vaso com as espécies bioindicadoras Pennisetum Glaucum e Stizolobium deeringianum, as quais foram avaliadas quanto à altura de plantas (cm) e fitotoxicidade (%), aos 30 DAS e aos 60 DAS, e biomassa fresca e seca da parte aérea (g), aos 60 DAS. Quando as
espécies bioindicadoras P. Glaucum e S. deeringianum foram cultivadas após a C. juncea, apresentaram os menores sintomas de fitotoxicidade e os maiores ganhos em altura e biomassa, indicando que a C. juncea é a espécie que apresentou maior capacidade de fitorremediar solos contaminados com o herbicida sulfentrazone. No terceiro experimento, a C. juncea foi submetida a diferentes tempos de cultivo (25, 50, 75 e 100 dias) sob dois níveis de contaminação (0 e 400 g ha-1) e em seguida foi realizado o bioensaio com P. Glaucum para se determinar o tempo mínimo que a espécie deve permanecer na área fitorremediando, o solo antes da espécie susceptível ao sulfentrazone ser semeada. O P. Glaucum quando cultivado após a C. juncea por um período mínimo de 50 dias foi capaz de crescer e acumular biomassa normalmente, ou seja, não teve suas atividades fisiológicas prejudicadas pela atividade do herbicida sulfentrazone. A prática de fitorremediação, empregandose
a espécie C. juncea por 50 dias, é efetiva para solos contendo doses médias de 400 g ha-1 do herbicida sulfentrazone.