Uso agrícola da vinhaça: efeitos no solo, nutrição e produtividade na cultura do milho

Nome: SAMUEL FERREIRA DA SILVA
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 22/02/2017
Orientador:

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GIOVANNI DE OLIVEIRA GARCIA Orientador

Banca:

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ROBERTO AVELINO CECÍLIO Suplente Externo

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Resumo: O uso de efluentes de origem agroindustriais em cultivos agrícolas pode contribuir com a redução da aplicação de fertilizantes, bem como colaborar com a fertilidade do solo. Diante do exposto, objetivou-se com a realização deste trabalho, estudar as alterações nos atributos químicos do solo, os teores nutricionais do tecido foliar e a produção da cultura do milho (hibrido AG 1051), decorrentes da aplicação de diferentes doses de vinhaça, durante três safras. O estudo foi desenvolvido em condições de campo na comunidade rural Jerusalém, município de Alegre, ES, nos anos agrícolas de 2013, 2014 e 2015. Em cada ano agrícola foram realizados simultaneamente dois cultivos independentes, um para a produção de forragem e o outro para a produção de grãos. Cada cultivo foi instalado seguindo um esquema de parcelas subdivididas em um delineamento em blocos casualizados com seis tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos foram compostos pela adubação mineral (NPK) e cinco doses de vinhaça, correspondentes a 50, 100, 150, 200 e 250 m3 ha-1. Cada parcela experimental foi composta por 44 plantas cultivadas no espaçamento de 0,20 m entre covas e 0,90 m entre linhas, com 10 plantas úteis (avaliadas) e 34 plantas de bordaduras (não avaliadas). A adubação mineral e as doses de vinhaça foram aplicadas uma única vez, de acordo com os tratamentos, quando a cultura apresentou de 3 a 5 folhas. Para avaliar as possíveis alterações nos atributos químicos do solo, após cada cultivo, foram coletadas amostras em três profundidades (0 a 10, 10 a 20 e 20 a 40 cm), para a determinação dos valores de pH e os teores de fósforo, potássio, sódio, cálcio, magnésio, alumínio e matéria orgânica. Para a avaliação do estado nutricional da cultura do milho, as folhas foram amostradas quando 50% das plantas de milho apresentaram pendoamento, aproximadamente na 10ª semana após a germinação, coletando-se o terço médio da folha oposta e abaixo da espiga, na área útil de cada parcela experimental. Nas amostras foliares foram analisados os teores de macronutrientes: nitrogênio, fósforo, potássio, enxofre, cálcio e magnésio; e, micronutrientes: boro, cobre, ferro e zinco. A avaliação dos atributos químicos do solo, bem como dos teores nutricionais no tecido foliar da cultura do milho, foram realizadas apenas no cultivo correspondente a produção de grãos, nos três anos agrícolas. Com base nos resultados obtidos, observou-se que o uso agrícola da vinhaça nas doses superiores a 50 m³ ha-1,
durante três safras, apresentou potencial para melhorar a fertilidade do solo, contribuindo com o aumentou nos teores de P, K, Ca, Mg e MO, além de reduzir o teor de Al. Estas alterações foram mais expressivas nas profundidades de 0 a 10 e 10 a 20 cm. Além disso, as doses de vinhaça superiores a 50 m³ ha-1, promoveram teores foliares de N, P, K, S, Ca, Mg e B, semelhantes àqueles obtidos com o fornecimento da adubação mineral, nas três safras. Quanto à produção de forragem, os maiores rendimentos foram obtidos nas doses correspondentes a 123,61, 133,42 e 130,77 m³ ha-1, nos anos agrícolas de 2013, 2014 e 2015, respectivamente, com uma produção superior a 50 t ha-1, nas três safras. Para a produção de grãos, os melhores rendimentos foram obtidos nas doses correspondentes a 152,67, 152,16 e 134,60 m³ ha-1, para os anos agrícolas de 2013, 2014 e 2015, respectivamente, com uma produção superior a 12 t ha-1, nas três safras. Deste modo, se utilizada com critérios técnicos e em doses adequadas à vinhaça torna-se um subproduto de interesse agronômico, apresentando possibilidades reais de uso em cultivos agrícolas.
Palavras-chave: Zea mays L. Aplicação de efluente. Resíduo orgânico. Fertilidade do solo. Nutrição foliar. Produtividade agrícola.

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