Implicações das alterações ambientais em Coffea spp

Nome: LIMA DELEON MARTINS
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 13/11/2015
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
JOSÉ FRANCISCO TEIXEIRA DO AMARAL Co-orientador
MARCELO ANTONIO TOMAZ Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ALEXANDRE ROSA DOS SANTOS Examinador Externo
EDVALDO FIALHO DOS REIS Suplente Interno
JOÃO BATISTA ESTEVES PELÚZIO Examinador Externo
JOSÉ FRANCISCO TEIXEIRA DO AMARAL Examinador Interno
MARCELO ANTONIO TOMAZ Orientador

Páginas

Resumo: O objetivo central foi estudar as implicações das alterações ambientais em Coffea spp. O primeiro capítulo apresentou um âmbito geral sobre o potencial impacto das mudanças climáticas sobre o desenvolvimento do cafeeiro, com foco nas implicações do dióxido de carbono (CO2) e da temperatura do ar. O segundo, resultou do ensaio que objetivou submeter plantas de dois genótipos de Coffea arabica e um de C. canephora, em vasos, sob condições controladas de irradiância (800 µmol m-2s-1), umidade relativa (75%) a duas condições de
[CO2] (380 ou 700 µL CO2 L-1) durante aproximadamente um ano, sem restrições de água, nutrientes ou de desenvolvimento radicular. Os resultados apontaram que em todos os genótipos, a alta [CO2] promoveu tendências opostas para densidade e tamanho dos estômatos, que diminuíram e aumentaram, respectivamente. Independentemente do genótipo ou da [CO2],
a taxa de assimilação líquida de CO2 aumentou (34-49%) quando medida a 700 em comparação a 380 µL de CO2 L-1. Este resultado, juntamente com a condutância estomática quase inalterados, levou a um aumento de eficiência do uso da água instantânea. Os resultados também mostraram um reforço de componentes fotossintéticos (e respiratório), ou seja, do transporte de elétrons nos tilacóide e das atividades de enzimas, o que pode ter contribuído para
a melhoria nas taxas máximas de transporte de elétrons, na carboxilação e na capacidade fotossintética sob elevada [CO2], embora estas respostas tenham sido independes dos genótipos. A eficiência do fotossistema II, energia dirigida aos eventos fotoquímicos, carboidratos nãoestruturais, pigmento fotossintético e permeabilidade da membrana não respondeu ao aumento da [CO2]. Apesar de algumas diferenças entre os genótipos, não há respostas claras em relação
ao comportamento dos genótipos a elevada [CO2]. No geral, como nenhum sinal aparente de regulação negativa fotossintética (down-regulation) foi encontrado, os resultados sugerem que plantas de Coffea spp. podem suportar com sucesso a alta [CO2], sob as atuais condições experimentais. O terceiro capítulo, pretendeu proporcionar um primeiro vislumbre sobre o efeito do impacto combinado da elavada [CO2] e da alta temperatura sobre o conteúdo mineral e equilíbrio em plantas de Coffea spp.. Foram cultivados, em vasos, dois genótipos de Coffea arabica (cv. Icatu e IPR 108) e um de C. canephora (cv. Conilon Clone 153) em 380 ou 700 µL de CO2 L-1, por um ano, após foram expostas a um aumento gradual da temperatura de 25/20°C (dia/noite) até 42/34 °C, ao longo de 8 semanas. Na temperatura de controle, plantas
crescidas em 700 µL de CO2 L-1 apresentaram um efeito de diluição moderada (entre 7% e 25%) no clone 153 (para N, Mg, Ca, Fe) e em Icatu (para N, K e Fe), mas não em IPR 108 (exceto para Fe) quando comparada com plantas crescidas a 380 µL de CO2 L-1, nesta mesma condição, com o aumento da temperatura houve uma diminuição dos teores nutricionais. Apesar das
mudanças promovidas pela [CO2] e temperatura, a grande maioria das relações minerais forammantidas dentro de uma faixa consideravelmente adequada, o que sugere que esta planta pode se manter estável em relação ao balanço mineral em um contexto de mudanças climáticas. O quarto capítulo, apresenta uma análise de variáveis climáticas históricas de forma espacial e
temporal para caracterização da vulnerabilidade climática de microrregiões na busca de estratégias de mitigação e adaptação que possam subsidiar a melhoria dos sistemas de produção de plantas de café conilon, sendo considerado o Estado do Espírito Santo, Brasil, como estudo de caso. Os resultados indicam que a vulnerabilidade em áreas de cultivo de café robusta está ligada a alta temperatura do ar, ao baixo índice de precipitação pluvial, a sazonalidade da precipitação pluvial e ao déficit hídrico. As estratégias de adaptação e mitigação de maior potencial apontam para o plantio de clones melhorados de café robusta, para a utilização de sistemas de policultivos, arborizados e sombreados, para o adensamento de plantas de café conilon, para implantação de sistemas de irrigação e para a utilização de manejo de plantas espontâneas.

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