Inibidores de urease, serapilheira e adensamento do cafeeiro arábica: relações com a matéria orgânica do solo
Nome: GABRIEL PINTO GUIMARÃES
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 27/03/2018
Orientador:
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Papel |
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EDUARDO DE SÁ MENDONÇA | Orientador |
FELIPE VAZ ANDRADE | Co-orientador |
Banca:
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Papel |
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DIEGO LANG BURAK | Suplente Interno |
EDUARDO DE SÁ MENDONÇA | Orientador |
GUSTAVO SOARES DE SOUZA | Examinador Externo |
OTACÍLIO JOSÉ PASSOS RANGEL | Examinador Externo |
RENATO RIBEIRO PASSOS | Examinador Interno |
Resumo: O uso de tecnologias nas lavouras cafeeiras deve proporcionar melhorias nas condições de manejo, auxiliar na produção vegetal e promover qualidade ao solo e meio ambiente. Neste sentido, as tecnologias fertilizantes inibidores de urease, serapilheira foliar cafeeira e o adensamento cafeeiro foram avaliados atendendo há problemáticas no manejo das lavouras de cafeicultores familiares do Território do Caparaó- ES. O capítulo 1 teve por objetivo verificar o potencial dos inibidores de urease quanto à redução da volatilização NH3 e emissão de CO2 do solo, bem como avaliar a atividade da enzima urese do solo e a influência dos inibiores de urease sobre a matéria orgânica do solo. Os inibidores de urease NBPT e Cu+B mostraram ser promissores na redução da volatilização da NH3, principalmente o NBPT que volatilizou, em função das doses avaliadas, de 1,4 a 5,6 % do total de N aplicado. O efluxo de CO2 seguiu a ordem: Uréia> Uréia+Cu+B > Uréia+NBPT. De modo semelhante, os inibidores de urease reduziram a atividade da enzima urease do solo, sendo a uréia comum, o tratamento que proporcionou maior atividade da enzima. Apesar das fontes e doses de N não influenciarem sobre os teores de C orgânica do solo, verificou-se redução de 5,1 % no seu teor médio dos 16 para os 32 dias, ou seja, um curto período de tempo tem promovido redução na matéria orgânica do solo. O capítulo 2 teve por objetivo verificar o efeito da associação inibidores de urease e serapilheira sobre a volatilização da amônia e emissão de CO2 bem como a taxa de decomposição e liberação de nutrientes da serapilheira e seu efeito na matéria orgânica do solo. A ordem de volatilização da NH3 e emissão de CO2 foi: Uréia> Uréia+Cu+B > Uréia+NBPT. Contudo, o aumento da dose de serapilheira proporciona menor emissão de NH3, porém, maior emissão de CO2 (y=0,95x+3,82). Na dose equivalente a 4,5 Mg ha-1 de serapilheira e após 64 dias de decomposição, a quantidade liberada de C, N, P, K, Ca e Mg foi equivalente a 547,1; 49,0; 1,28; 17,4; 18,2 e 5,0 kg ha-1, respectivamente. Fontes de N e doses de serapilheira não influenciaram no teor de C orgânico total e N total do solo, entretanto, dos 16 aos 64 dias após a aplicação da serapilheira ocorreu redução nos seus teores em 15,4 e 21,1 %, respectivamente. O capítulo 3 teve por objetivo avaliar o efeito dos inibidores de urease juntamente com a serapilheira foliar cafeeira sobre os parâmetros biométricos, teor e acúmulo de N, atividade da urease foliar e % de clorofila no desenvolvimento inicial do cafeeiro IAC 144. Independente da fonte de N avaliada, a dose de 1,2 g vaso-1 de N foi suficiente para proporcionar altura da planta, diâmetro do caule, número de nós, pares de folhas, ramos plagiotrópicos e massa seca igual ou superiores as demais doses. Maiores teores de N foliar foram proporcionados pelos inibidores de urease e na maior dose aplicada impactando também, em maior atividade da enzima urease na folha. Não é recomendada a utilização de serapilheira no plantio do cafeeiro, pois ela proporcionou redução de 9,1; 3,3; 10,5 e 19,3 % na altura, número de nós, diâmetro do caule e número de ramos plagiotrópicos, respectivamente, e reduziu a produção de massa seca e o acúmulo de N na parte aérea. Fontes, doses de N e a serapilheira não influenciaram os teores de clorofila, entretanto, aumento dos teores de clorofila foram verificadas ao longo do tempo após a adubação nitrogenada. Já em condições de campo, o capítulo 4 da tese teve por objetivo determinar a influência do adensamento da lavoura cafeeira sobre os teores e estoques de COT e NT do solo, C e N da biomassa microbiana, matéria orgânica leve, labilidade da matéria orgânica do solo, as substâncias húmicas, densidade, porosidade e as emissões de CO2, temperatura e umidade do solo na região montanhosa do Território do Caparaó - Espírito Santo. O manejo cafeeiro adensado (8333 plantas ha-1) proporcionou aumento da MOL e C-MOL, menor densidade do solo, maior macroporosidade e porosidade total em relação ao cafeeiro convencional (3105 plantas ha-1). Épocas quentes e úmidas do ano favorecem as emissões de CO2 do solo, entretanto, o manejo do cafeeiro sob sistema adensado é o sistema que proporcionou menores emissões de CO2 do solo. A maior quantidade de serapilheira cafeeira do sistema adensado não estimula a atividade microbiológica do solo, entretanto, protege o solo contra erosão, aumenta a umidade e reduz a amplitude térmica.
Palavras-chave: Espaçamento, agricultura familiar, volatilização, fertilizantes nitrogenados, Território do Caparaó