Comportamento e desempenho de agentes de controle biológico sobre Spodoptera eridania (Lepidoptera: Noctuidae)
Nome: JOSÉ ROMÁRIO DE CARVALHO
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 30/01/2018
Orientador:
Nome | Papel |
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DIRCEU PRATISSOLI | Orientador |
Banca:
Nome | Papel |
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VICTOR LUIZ DE SOUZA LIMA | Suplente Externo |
Páginas
Resumo: Spodoptera eridania (Cramer) (Lepidoptera: Noctuidae) é uma praga cosmopolita e voraz, que acomete diversos cultivos de importância econômica, causando prejuízos aos agricultores quando não manejada. Seu manejo usualmente é realizado por meio de métodos químicos utilizando agrotóxicos de amplo espectro, que podem ocasionar problemas ambientais e à saúde dos agricultores e consumidores. Uma alternativa a este método é o controle biológico. Assim este trabalho estudou o comportamento e a duração da predação de Podisus nigrispinus (Dallas) (Hemiptera: Pentatomidae) em lagartas de S. eridania, e suas implicações em caso de escape da presa; e o desempenho de predação de P. nigrispinus sobre lagartas em função da idade do predador, visando compreender seu potencial para utilização em programas de manejo fitossanitário da praga. Além disso, verificou o potencial de 11 espécies/linhagens de nematoides entomopatogênicos (NEPs) pertencentes às famílias Heterorhabditidae (8) e Steinernematidae (3) em lagartas de estádios finais de desenvolvimento. O bioensaio de comportamento (B1) visou definir a região corpórea das lagartas preferida pelo predador e sua implicação no sucesso da predação. O bioensaio de duração de predação considerou os seguintes tempos de predação efetiva: 1, 2, 4, 8, 16, 32, 64 e 128 min; as lagartas foram retiradas após cada tempo, simulando uma situação de escape da presa. Esse experimento foi realizado de duas formas: com predadores selecionados ao acaso e não repetidos (B2); e com os mesmos predadores nos tempos sucessivos (B3), ambos em condições de laboratório. O bioensaio de desempenho utilizou a metodologia de resposta funcional com medidas repetidas no tempo, buscando compreender a influência da idade do predador sobre seu potencial. Uma análise de sobrevivência foi realizada para verificar se o número de presas afetaria a longevidade do predador. Para o estudo com NEPs foram realizados dois bioensaio em condições de laboratório: de patogenicidade com 20.38 juvenis infectivos cm-2 (JI cm-2) (equivalente a 2 x 109 JIs ha-1); e de virulência, com concentrações variando entre 0.04 a 20.38 JIs cm-2. Como arena foram utilizados potes plásticos (116.89 cm2), contendo areia esterilizada umedecida, onde foram liberadas lagartas de 6° ínstar de S. eridania. As suspensões (NEPs + água destilada) foram aplicados com pipetador. O bioensaio de comportamento (B1) revelou que o predador preferiu atacar a região anterior do corpo (cabeça e tórax), o que aumentou o sucesso da predação. A mortalidade das lagartas após a predação efetiva foi crescente com o aumento da duração do tempo de exposição. Para B2 a mortalidade foi de 90% após 64 min de exposição, enquanto que para B3 esse valor foi estimado para o tempo de 16 min. A resposta funcional do tipo II foi observada, tendo o modelo de Holling melhor ajuste aos dados. Os parâmetros, eficiência de busca (a) e tempo de manuseio (Th), foram afetados pela idade do predador, sendo Th mais prolongado quando os insetos estão mais velhos. Todavia, estimou-se para P. nigrispinus um consumo de 133 lagartas até a idade de 17 dias. O hábito de predação ocorre durante toda a idade adulta do predador. O bioensaio de patogenicidade mostrou que 9 espécies/linhagens foram promissoras, com mortalidade acima de 87%. O Bioensaio de virulência revelou concentrações letais para 50% da população variando entre 0.27 e 3.67 JI cm-2. Heterorhabditis mexicana Hmex(MX4) foi a espécie mais agressiva, com desempenho superior ao das espécies H. bacteriophora HP88, H. baujardi LPP7, Steinernema glaseri GL, S. rarum SJH e S. carpocapsae SCH, com base nos intervalos de confiança. Tais resultados demonstram que P. nigrispinus prefere atacar a região anterior da lagarta e a mortalidade das lagartas de S. eridania é favorecida em predadores que sofreram interrupção da predação, bem como apresenta um elevado potencial de consumo de lagartas. Além disso, os NEPs são uma alternativa eficiente para o controle de S. eridania, sendo H. mexicana Hmex(MX4) a espécie mais promissora.