ADSORÇÃO E DISPONIBILIDADE DE FÓSFORO NO SOLO EM FUNÇÃO DE FERTILIZANTES FOSFATADOS POLIMERIZADOS E ORGANOFOSFATADOS

Resumo: Com o aumento do grau de intemperismo, os solos passam gradualmente de fonte para dreno de fósforo, fazendo com que a planta não mais sustente a competição por esse nutriente. Em solos mais intemperizados, a adsorção de P ocorre por meio de troca de ligantes OH da superfície dos oxihidróxidos de ferro e de alumínio por fosfato na solução, resultando assim na baixa disponibilidade de fósforo na solução do solo (NOVAIS, SMYTH & NUNES, 2007). Dessa forma, a adubação fosfatada é considerada fator limitante para produção agrícola, em solos tropicais.
Além da elevada capacidade de adsorção de fósforo, a disponibilidade desse nutriente no solo também está relacionada com a mineralogia, umidade e densidade do solo, condições de pH, teor de matéria orgânica (KORNDORFER & MELO, 2009), assim como, o tipo de fertilizantes fosfatados utilizados.
Atualmente, têm-se buscado alternativas tecnológicas para aumentar a eficiência das fontes de fósforo utilizadas para que seja possível diminuir a intensidade de adsorção de fosfato no solo, tornando-o mais disponível para as plantas. Nesse sentido, pesquisas vêm sendo realizadas visando observar a eficiência do uso de fertilizantes fosfatados revestidos com polímeros, os quais são denominados de fertilizantes de liberação lenta, de liberação controlada e fertilizantes estabilizados (CANTARELLA, 2007). Segundo Magalhães (2009), os revestimentos desses fertilizantes tem por finalidade disponibilizar por um maior período de tempo os nutrientes para as plantas e aumentar a eficiência de absorção, e no caso especifico do P, reduzir as perdas por adsorção.
O revestimento de fertilizante fosfatado (Fosfato Monoamônico, Superfosfato Triplo, Superfosfato Simples) pode ser realizado com até três camadas de aditivos especiais, que envolvem os grânulos dos fertilizantes, adicionando-se na última camada um corante para diferenciá-lo do convencional (FERREIRA, 2010). Segundo o autor, esse revestimento possibilita uma liberação gradativa ou controlada dos nutrientes contidos no grânulo, diminuindo as perdas por adsorção.
Nyborg et al. (1995), avaliando a liberação gradativa do fósforo em fertilizantes fosfatados revestidos com polímeros, observaram aumento da eficiência dos fertilizantes fosfatados e consequente aumento de produtividade da cultura do milho.
Entretanto, Valderrama et al. (2011), estudando o efeito de fertilizantes fosfatados na cultura do milho, verificaram que a aplicação do superfosfato triplo revestido por polímeros (70 kg ha-1 de P2O5) apresentou resultados semelhantes ao mesmo fertilizante convencional, sendo observado respectivamente, teores foliares de P de 2,87 e 2,85 g kg-1 e produtividade de grãos de milho de 9,85 e 9,69 Mg ha-1.
Outra alternativa que tem sido estudada para aumentar a disponibilidade de P para as plantas é a utilização de fertilizantes organofosfatados. A aplicação de fosfatos junto com substratos orgânicos aumenta a disponibilidade de P para as plantas (Bolan et al., 1994), por meio da adsorção de ácidos orgânicos, bloqueando os sítios de adsorção de P, e, ou, solubilizando os oxihidróxidos de Fe e Al, reduzindo suas superfícies de adsorção de P (AZEVEDO et al., 2004).

Data de início: 16/03/2015
Prazo (meses): 24

Participantes:

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Coordenador	FELIPE VAZ ANDRADE